domingo, 3 de maio de 2009

Da vida estudantil

Está já na altura em que os conhecidos "bichos", "animais", coisas" ou, simplesmente caloiros, começam a pensar nos ritos de iniciação a uma vida superior. Já só se pensa no enterro do caloiro e no deixar o primeiro ano para trás (ou primeira inscrição) e na utilização do magnífico traje académico.

Como bom aluno que me reconheço, iniciei uma pesquisa laboriosa neste mundo paralelo que é a Internet e dei de caras com um certo reino de fantasia e conhecimento que é conhecido por Wikipédia. E aí, caros leitores, me pude fascinar com revelações deveras inesperadas sobre a vida estudantil:

«The Praxe is a continuation of medieval practices once common in universities throughout Europe, a ritual known as deposition. This practice was abolished in all countries in the eighteenth century, under the Age of Enlightenment, due to its brutality and disrespect of the human dignity of the freshman. Today it persists in this institutionalized form only in Portugal.»

Ah...finalmente o valoroso reconhecimento internacional de que o nosso querido país ainda está na Idade das Trevas.

E agora, segue-se aquilo que todos os orgulhosos veteranos mais temem:

«No final do século XIX, surgem novamente relatos de violência entre estudantes, relacionados com os rituais de iniciação, onde os novos alunos eram obrigados a cantar e dançar, e em que era também frequente cortar-lhes o cabelo. Num destes episódios, um dos praxistas é morto por um caloiro.»

Neste momento imagino os maléfico veteranos a encolherem-se dentro das suas capas e batinas e a chorarem pela mamã todas as noites... Enfim, mas, felizmente para essa espécie que se diz superior, os caloiros de hoje são gente pacífica e bem mandada que quando é pa fazer o serviço, pelo menos manda vir com tudo o que é veterano e não só com um.

VIVA A VIDA ACADÉMICA! VIVAM AS AULAS! VIVA A CERVEJA E A SANGRIA! VIVAM AS FESTAS! VIVA...qualquer coisa que os estudantes queiram!


E mais uma vez o Camarada Calhau se retira para o seu ermitério de silêncio, aguardando novos desevolvimentos sobre a civilização que nos rodeia.

_________________________________________________________